Já que o blog trata também de questões de grande repercussão na atualidade, gostaria de falar um pouco da operação que está sendo realizada no Rio de Janeiro contra o tráfico de drogas. O problema teve início na década de 70, e desde então vem se fortalecendo. É extremamente comum ouvirmos falar de traficantes nos morros cariocas armados dos pés a cabeça com armamento pesado, todos nós sabemos que não é nenhuma novidade.
O que me deixa intrigada é que só agora que chegamos a um caso extremo que medidas foram tomadas. Nós sempre tivemos condições para invadir os morros tomados pelos bandidos, todos eles se quiséssemos, mas não, como praticamente tudo no nosso país, só se faz algo quando realmente não há outra solução.
Apesar de ser absurdo, não culpo unicamente o governo ou a polícia, culpo a nós que não exigimos que seja feito nada. Basta observar como é raro um movimento em prol de alguma melhoria social. Será preguiça nossa ou mero conformismo?
Tenho certeza que se algum traficante morrer em um tiroteio e for descoberto que foi um policial que atirou, todo mundo vai vir falar de direitos humanos e criticar a ação da polícia e em pouco tempo surgirão as desculpas para que o traficante tenha partido para a vida errada. É sempre assim. Dizem que se tornou bandido porque era pobre e excluído da sociedade, porque não teve a oportunidade de estudar e o meio em que vive o influenciou negativamente.
Eu não acredito nessas desculpas para falta de vergonha na cara. Não existe isso de "não é crime, é pobreza". Tanto é que vemos várias pessoas pobres que através de esforço conseguem conquistar uma vida digna, estudantes de escolas públicas que passam em excelentes colocações nos melhores cursos das melhores universidades. Acho que os criminosos devem pensar "ah, mas o caminho mais fácil a seguir é o do crime, e já que sempre dão um jeito de justificar essa nossa escolha, não tem mal algum nisso".
Mas a situação muda completamente quando um policial morre trabalhando em defesa do povo brasileiro, por mais que seja um pai de família, um homem honesto, ninguém se importa, porque estão com a atenção voltada para a morte do pobre coitado do bandido que precisou seguir a vida errada. O que o povo deve pensar é que o policial não estava fazendo nada além da sua obrigação e que ele sabia desse risco quando escolheu sua profissão.
Mas voltando a situação do Rio, estou ansiosa para saber se vamos ser tolos o bastante para permitir que só seja tomado pela polícia o morro do alemão e que a operação seja concluída sem que o mesmo trabalho seja feito nos demais morros. É claro e evidente que se isso for feito unicamente no alemão, o problema não irá acabar, apenas será transferido. Entretanto, é como eu disse anteriormente, no Brasil só se faz algo quando estamos em situações extremas, portanto é necessário que nós, cidadãos conscientes, saibamos marcar presença indiretamente neste conflito e exigir que seja feita uma mudança radical no cenário carioca e consequentemente, nacional.
O mundo todo está comentando o conflito entre polícia e traficantes, isso acaba com a imagem do nosso país e afasta os turistas extrangeiros. Imaginem quando houver a copa e as olimpíadas no Brasil, a vergonha que iremos passar com essa nossa maravilhosa e exemplar segurança. Vamos exigir a justiça!
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